Sem abelhas não poderá existir vida na Terra.
Estes animais são um dos pilares essenciais que sustentam a vida no nosso planeta. Graças à polinização que asseguram, garantem que milhares de espécies de flores, vegetais e frutas subsistam. Aliás, mesmo se todos os outros polinizadores morressem levando a extinções e fome em massa, ainda assim não veríamos o fim da Humanidade. O mesmo não se poderá dizer sobre o fim das abelhas. Se tal acontecesse, o ser humano extinguir-se-ia, por fome. O trabalho de polinização destes insetos está avaliado em 150 biliões de euros e elas são responsáveis pela preservação de 70% das plantas em todo mundo.
Este grupo de animais altamente inteligente habita numa sociedade organizada e pratica regras muito bem definidas. Em cada colmeia reina apenas uma abelha rainha, cerca de 10 000 a 40 000 abelhas operárias, e entre 0 e 2000 zangões.
As abelhas operárias poderão viver entre 30 dias e 6 meses, dependendo da estação do ano. Possuem diversos papéis como colher o néctar e o pólen das flores, produzir substâncias como o própolis e o mel, ventilar e limpar a colmeia ou ainda cuidar da abelha rainha e das crias.
Já a monarca das abelhas poderá viver até aos 6 anos e a sua função é assegurar descendência. A abelha rainha fertiliza uma única vez no início da sua vida, fora da colmeia, num ritual chamado “dança do acasalamento”, no qual é fertilizada por vários zangões e armazena o seu esperma numa estrutura chamada espermateca. É importante que este ritual seja bem-sucedido, caso contrário ela será morta pelas abelhas operárias e substituída por outra abelha rainha.
O terceiro tipo de abelha é, então, o zangão, que apenas tem como função fertilizar a abelha rainha, para garantir a propagação da espécie. Os zangões não têm ferrão e em alturas de frio e escassez de recursos poderão ser afastados da colmeia por não terem um papel contributivo. No entanto, sabe-se que poderão, em certas ocasiões, ajudar as abelhas operárias a aquecer a colmeia, e sobretudo as incubadoras das larvas. Vivem cerca de 1 semana a 8 meses.
Que tesouros nos trazem as abelhas?
MEL
Após recolherem o pólen, as abelhas operárias conseguem transformá-lo em mel. Este “néctar dos deuses” é uma excelente fonte de hidratos de carbono e é o seu principal alimento, bem como o dos zangões.
Em formulação de cosméticos é bastante usado pelas suas propriedades antioxidantes e antibacterianas e favorece a reparação cutânea com uma ação única ao nível da cicatrização e do reforço da barreira cutânea. É ainda hidratante e nutritivo, com ação calmante e emoliente, que melhora a aparência da pele, pois oferece um efeito de preenchimento. Absorve e retém água nas camadas inferiores da epiderme e funciona como prebiótico.
PRÓPOLIS
O própolis é uma substância resinosa produzida pelas abelhas operárias, através da colheita de resinas da flora, que são alteradas pela ação das enzimas da sua saliva. É utilizado para proteger a colmeia de intrusos e do frio, mantendo a temperatura ideal para o desenvolvimento das crias. É igualmente útil para desinfetar o interior da colmeia, nomeadamente os alvéolos onde a rainha põe os ovos. Usa-se também para mumificar intrusos, evitando a putrefação e consequente contaminação da colmeia, e ainda serve de tapete para a entrada quando as abelhas chegam a casa.
No própolis encontramos mais de 150 substâncias diferentes como polifenóis, aminoácidos, proteínas, vitaminas, enzimas, entre muitas outras. Este conjunto de ingredientes apresenta efeitos incrivelmente benéficos para a pele já que tem reconhecida ação anti-inflamatória na pele e tecidos, protege a vitamina C da oxidação e está em perfeita harmonia com o microbioma natural da pele. O própolis melhora ainda a circulação sanguínea ao nível dos capilares e é conhecido como o antibiótico da Natureza, com propriedades antifúngicas, analgésicas e imunoestimulantes. Estas e várias outras foram identificadas em diversos artigos de investigação científica.
É sem dúvida um escudo antioxidante que deixará a pele mais protegida e mais jovem!
GELEIA REAL
A geleia real é o alimento exclusivo da abelha rainha (excepto nos primeiros 3 dias do período larvar nos quais todas as abelhas o consomem). É muitas vezes apelidado de “elixir da longevidade” e constitui um superalimento ‘’epigenético’’ único, que tem a capacidade de ativar os genes que transformam qualquer abelha numa Rainha.
Nós humanos podemos beneficiar da sua capacidade de estimular o metabolismo, a memória e demais funções cognitivas, de diminuir o colesterol no sangue e a fadiga, e ainda podemos utilizá-la como suplemento eficaz durante a gravidez e menopausa.
Esta geleia antioxidante é capaz de acelerar a renovação cutânea e fornece nutrientes essenciais para regenerar em profundidade e suavizar a pele. Estimula a atividade de proteínas da juventude e promove a síntese de fibras estruturais, como o colagénio, para uma pele mais firme, densa e elástica, com contornos redefinidos. É sobretudo recomendada em produtos mais nutritivos e regeneradores, como aqueles destinados a pele madura, seca e com falta de luminosidade.
CERA DE ABELHAS
Produzida pelas abelhas operárias jovens, é fundamental para o desenvolvimento da colmeia (para a criação e selagem dos favos). As abelhas deglutem e digerem o mel, transformando-o em cera, que solidifica apenas quando entra em contacto com a temperatura ambiente. Para secretar 1 kg de cera de abelha, elas necessitam de consumir 6 a 7 Kg de mel.
Esta cera é extremamente forte: a quantidade contida num favo poderá pesar cerca de 70 g e conter até 2 Kg de mel, o que equivale a uma pessoa de 70 Kg levantar um peso de 2 toneladas!
Ela é utilizada em cuidados cosméticos com inúmeros benefícios, pois é rica em ácidos gordos, que são compatíveis com os lípidos da pele, apresenta propriedades hidratantes e suavizantes (ajuda a pele a manter as reservas de água e a ganhar elasticidade) e oferece uma textura rica aos cosméticos, deixando a pele com uma extraordinária sensação de conforto.