Bem-Estar

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3 Tipos de Dermatites e Como Tratá-Las

10 agosto 2023




Fique a saber tudo sobre os mais comuns problemas de pele. Como tratar, quais os sintomas, como prevenir? Todas as informações para que a sua pele nunca sofra.

 

Dermatite Atópica


A dermatite atópica, mais conhecida pelo termo eczema, é uma doença crónica da pele, que com frequência se associa a outras doenças alérgicas, nomeadamente a asma brônquica e a rinite, aparecendo habitualmente antes das manifestações respiratórias. Atinge preferencialmente os grupos etários pediátricos e em 80% dos casos manifesta-se durante o primeiro ano de vida.

 

Qual é a frequência da dermatite?

Em Portugal, estima-se que cerca de 10% das crianças são atingidas pela doença, sendo neste grupo etário a doença dermatológica crónica mais frequente, embora apenas 1 a 2% sofram de queixas graves. Na maior parte das situações a doença tende a melhorar muito e até a desaparecer com a idade, embora possa permanecer por toda a vida; a persistência desta entidade é mais observada nos casos onde o aparecimento é mais tardio.

 

Como se manifesta a dermatite atópica?

Dermatite

O diagnóstico baseia-se na presença de prurido (“comichão”), associado a sinais cutâneos como rubor, exsudação, secura e descamação da pele e, em situações mais arrastadas, podem existir cicatrizes provocadas pela coceira persistente. A localização destas lesões varia consoante o grupo etário: as crianças mais pequenas apresentam atingimento preferencial da cabeça, por vezes apenas atrás das orelhas, e das superfícies extensoras dos membros, enquanto as crianças mais velhas e os adultos tendem a manifestar a doença nas superfícies de flexão (atrás dos joelhos e na frente dos cotovelos); os adolescentes são também frequentemente atingidos nas pálpebras e na região peri-labial.

A confusão com outras entidades condicionantes de intenso prurido deve ser devidamente avaliada, não só com o objetivo de se excluírem mas também pela probabilidade de ocorrência simultânea, particularmente de infeções. A avaliação clínica efetuada permite afastar estas situações, bem como permite caracterizar as complicações.

 

Como se diagnostica?

Os exames complementares de diagnóstico passam pela realização de testes cutâneos, caso exista pele íntegra e, pelos doseamentos sanguíneos de anticorpos, nomeadamente para alergenos do ambiente e alérgenos alimentares, permitindo caracterizar alguns dos fatores de agravamento.

 

Qual é o tratamento da dermatite atópica?

No tratamento da dermatite atópica devem ser consideradas medidas gerais: 

  • só utilizar vestuário de algodão, para evitar suar (o suor aumenta o prurido)
  • lavar as roupas novas antes da primeira utilização (prevenir reações irritativas)
  • evitar grandes exposições a ambiente com pó (efeito de secura e irritação).

Perante uma situação na qual se tenha identificado alimentos capazes de originar o aparecimento ou o agravamento das lesões cutâneas, esses devem ser evitados; no entanto, cuidado com as dietas generalizadas mal orientadas, pelos riscos nutricionais e custos associado. Também deve ser evitado o contacto com os alérgenos do ambiente aos quais esteja sensibilizado (exemplos: ácaros do pó doméstico, animais de companhia).

Muito importante é proceder à hidratação da pele, utilizando para tal um emoliente (hidratante), o qual deve ser aplicado imediatamente após o banho (água morna) com o objetivo de evitar a evaporação da água retida na pele durante o mesmo. Devem então ser preferidos os emolientes em cuja composição haja predominância de ácidos gordos (ómegas) e não água, a qual, à semelhança das múltiplas lavagens, pode mesmo condicionar secura da pele e agravamento da doença. 

 

Dermatite


Grande parte das situações responderá a este tipo de medidas; se apesar delas se mantiver o prurido (ainda que sem lesões), ele deve ser controlado, para evitar a coceira, ela própria condicionante de agravamento da doença e, consequentemente, de mais prurido. Este ciclo pode, então, ser minimizado através da hidratação cutânea, mantendo sempre as unhas bem cortadas e, recorrendo a anti-histamínicos orais, os quais podem também ser utilizados diariamente, por longos períodos, com o objetivo de estabilizar a doença. Nas formas mais graves ou se surgem agudizações devem ser utilizados corticosteróides sob a forma de creme ou pomada (utilizando os de menor potência possível; na face preferencialmente a hidrocortisona a 1%); se a intensidade e a extensão o justificar podem ser administrados corticosteróides orais por períodos muito curtos.

Note: Como os corticosteróides em comprimidos e em cápsulas podem provocar graves efeitos colaterais, os médicos só os usam como último recurso para os indivíduos de tratamento difícil. Estes fármacos orais podem travar o crescimento, enfraquecer os ossos, inibir a função das glândulas supra-renais e causar muitos outros problemas, especialmente nas crianças. Além disso, os seus efeitos benéficos são apenas temporários.
Em alguns casos, a terapêutica anti-infeciosa pode ser necessária. Em condições particulares, o especialista poderá propor a utilização de outros tratamentos.

Dermatite Seborreica


A dermatite seborreica é uma inflamação das camadas superficiais da pele que provoca escamas no couro cabeludo, na cara e, ocasionalmente, noutras zonas.  Afeta habitualmente vários membros da mesma família e o clima frio costuma piorá-la.

 

Quais os sintomas?

Dermatite

A dermatite seborreica costuma aparecer gradualmente, provocando uma escamação seca ou gordurosa no couro cabeludo (caspa), por vezes com comichão, mas sem perda de cabelo. Nos casos mais graves aparecem pápulas amareladas ou avermelhadas ao longo do risco do penteado, por trás das orelhas, no canal auditivo, sobre as sobrancelhas, na cana do nariz, à volta do nariz e no peito. Nos bebés com menos de um mês, a dermatite seborreica pode provocar uma lesão com crosta, amarela e espessa (gorro do lactente) e, por vezes, uma escamação amarela por trás das orelhas, além de pápulas vermelhas na face. Frequentemente, com a erupção do couro cabeludo aparece também outra, muito persistente, na zona da fralda. As crianças mais crescidas podem desenvolver na pele lesões espessas, persistentes e com grandes escamas. 

 

Tratamento

Nos adultos, o couro cabeludo pode ser tratado com champôs que contenham zinco, sulfureto de selénio, ácido salicílico, sulfureto ou alcatrão. A pessoa usa em regra estes champôs diariamente até controlar a caspa e, depois, duas vezes por semana. Geralmente, o tratamento deve continuar durante vários meses. Se a dermatite reaparecer depois de se suspender o tratamento, pode começar-se de novo.

As loções que contêm corticosteróides também se usam na cabeça e noutras áreas afetadas. Na cara só se deverão usar loções com corticosteróides não muito potentes, como a hidrocortisona a 1 %. Até os corticosteróides fracos devem ser utilizados com precaução, sob orientação médica ou farmacêutica, porque o uso prolongado pode reduzir a espessura da pele e provocar outros problemas. Se a terapia com corticosteróides não eliminar as lesões, em alguns casos usa-se um creme com quetoconazol. 

Nos lactentes e nas crianças pequenas que apresentam uma crosta espessa no couro cabeludo – consulte artigo sobre crosta látea.

Dermatite de Contacto


Dermatite

A dermatite de contacto é uma inflamação causada pelo contacto com uma determinada substância. A erupção fica confinada a uma área específica e costuma ser bem delimitada. 
As substâncias que provocam dermatites de contacto podem causar a inflamação da pele por um de dois mecanismos: irritação (dermatite irritativa) ou reação alérgica (dermatite alérgica). Até os sabões suaves, os detergentes e certos metais podem irritar a pele depois de um contacto frequente. Por vezes, uma exposição repetida, inclusivamente à água, pode secar e irritar a pele. Os irritantes fortes, como os ácidos, os álcalis (como os tira-nódoas) e alguns solventes orgânicos (como a acetona, utilizada para remover o verniz das unhas) podem provocar alterações na pele em questão de minutos. 

Numa reação alérgica, a primeira exposição a uma determinada substância (ou, por vezes, as primeiras exposições) não provoca nenhum sintoma, mas a exposição seguinte pode provocar ardor e dermatite no espaço de 4 a 24 horas. As pessoas podem usar (ou ser expostas a) determinadas substâncias durante anos sem problemas e, de repente, desenvolver uma reação alérgica. Mesmo os unguentos, os cremes e as loções usadas para tratar a dermatite podem provocar essa reação. Cerca de 10 % das mulheres são alérgicas ao níquel, a causa mais frequente de dermatite provocada por jóias. Também é possível desenvolver dermatite a partir de qualquer material em que uma pessoa toque enquanto trabalha (dermatite ocupacional). 
Uma dermatite que ocorre quando se toca em determinadas substâncias e em seguida se expõe a pele à luz solar denomina-se dermatite de contacto fotoalérgica ou fototóxica. Entre estas substâncias encontram-se os filtros solares, as loções para depois de barbear, certos perfumes, antibióticos, alcatrão (coltar) e óleos. 

 

Quais os sintomas?

Dermatite

Os efeitos da dermatite de contacto variam entre uma vermelhidão, ligeira e passageira, e uma inflamação grave com formação de bolhas. A erupção consiste frequentemente em bolhas diminutas que provocam comichão intensa (vesículas). Ao princípio as lesões limitam-se à zona de contacto, mas posteriormente podem espalhar-se. A zona afetada pode ser muito reduzida (por exemplo, os lóbulos das orelhas, se os brincos provocarem dermatite) ou então pode abranger uma grande superfície do corpo (por exemplo, se a dermatite for provocada por uma loção para o corpo). 
Quando se suprime a substância que provoca a erupção, a vermelhidão costuma desaparecer em poucos dias. As bolhas podem exsudar e formar crostas, mas secam rapidamente. A escamação residual, a comichão e o espessamento temporário da pele podem durar dias ou semanas. 

 

Diagnóstico

Nem sempre é fácil determinar a causa da dermatite de contacto porque as possibilidades são infinitas. Além disso, a maioria das pessoas não tem consciência de todas as substâncias que tocam na sua pele. A localização da erupção inicial é, frequentemente, um factor importante. 
Se o médico suspeita de dermatite de contacto mas não descobre a causa através de um cuidadoso processo de eliminação, pode fazer a prova do adesivo. Para este teste, colocam-se sobre a pele durante dois dias pequenos emplastros adesivos com substâncias que costumam causar dermatite, para comprovar se se verifica erupção debaixo de algum deles. 
Apesar de ser muito útil, esta prova do adesivo é complicada. O médico deve decidir que substância testar, que quantidade aplicar de cada substância e quando se deverão fazer os testes. Além disso, os resultados da prova podem ser difíceis de interpretar. Os testes podem ser falsamente positivos ou negativos. A maioria das pessoas pode descobrir a origem da sua dermatite sem esta prova do adesivo, eliminando sistematicamente as causas possíveis. De qualquer forma, trata-se de uma prova que pode contribuir com dados importantes para identificar a causa.

 

Tratamento

O tratamento consiste em eliminar ou evitar o que esteja a causar a dermatite de contacto. Para prevenir a infeção e evitar a irritação, a pessoa afetada deverá limpar a área regularmente com água e sabão suave. As bolhas não deverão ser rebentadas. As ligaduras secas também podem ajudar a evitar uma infeção. 
Os cremes ou unguentos com corticosteróides costumam aliviar os sintomas da dermatite de contacto leve, a menos que a pessoa apresente muitas bolhas, como no caso da reação à sumagre (poison ivy). Os comprimidos com corticosteróides (como a prednisona) por vezes administram-se em casos de dermatite de contacto. Embora em algumas situações os anti-histamínicos aliviem a comichão, não são particularmente benéficos na maioria dos casos de dermatite de contacto.
No caso de o alergeno causal estar identificado e ser um objeto com o qual a pessoa contacte numa pequena área de pele, para prevenir a dermatite de contacto a quando novo contacto, podem-se usar os chamados cremes barreira ou filmes que isolam a pele. A Sweetcare dispõe de várias alternativas.

 

Causas frequentes de dermatite alérgica de contacto

  • Cosméticos: substâncias químicas depilatórias, verniz das unhas, acetona, desodorizantes, hidratantes, loções para depois do barbear, perfumes, filtros solares
  • Compostos metálicos (em joalharia): níquel
  • Plantas: diversas variedades de sumagre, ambrósia, prímula
  • Fármacos contidos nos cremes para a pele: antibióticos (penicilina, sulfamidas, neomicina), anti-histamínicos (difenidramina, prometazina), anestésicos (benzocaína), anti-séticos (timerosal), estabilizadores
  • Compostos químicos utilizados no fabrico de peças de vestuário: tintas para o calçado, agentes impermeabilizadores e antioxidantes em luvas, sapatos, roupa interior e outras peças de vestuário. 




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