A sustentabilidade está na ordem do dia, mas o que é a sustentabilidade? Como podemos nós, como consumidores, ser mais sustentáveis no consumo dos cosméticos?
Ainda não há definição formal para cosmético sustentável, mas sabemos que a sustentabilidade engloba várias dimensões: ambiental, social e económica. Não pode comprometer a qualidade nem o desempenho do produto final e, sem segurança, não existe sustentabilidade.
Ao longo do ciclo de vida de um cosmético, em todas as fases, há impacto na sustentabilidade: da seleção dos ingredientes, à produção do produto, passando pela embalagem ou a distribuição, terminando na eliminação dos resíduos. Felizmente, muitas marcas estão investidas no desenvolvimento de produtos sustentáveis, mas o grande impacto no ambiente ainda depende de nós, consumidores: 70% dos cosméticos são deitados ao lixo sem estarem terminados! E, no ciclo de vida de um champô, 94% da pegada carbónica ocorre depois de o comprarmos.
Partilho assim convosco o que devemos valorizar quando usamos cosméticos, por forma a fazê-lo da forma mais sustentável possível.
Origem dos ingredientes: é muito importante sabermos que um ingrediente natural não é forçosamente mais sustentável que um sintético. Sustentável não é sinónimo de natural.
Cosmética Sólida: a água é o recurso mais valioso que temos e, no futuro, será ainda mais devido à sua escassez. Os cosméticos sólidos, como o sabonete por exemplo, são mais eficientes no consumo de água e também do ponto de vista energético.
As embalagens e o seu destino pós-uso: as embalagens são muito importantes para proteger os cosméticos e, atualmente, quase todos os materiais são recicláveis: do plástico ao vidro, passando pelo alumínio. O importante é descartarmos corretamente e lembrarmo-nos que algumas embalagens podem ter uma segunda vida: podem servir para guardar pincéis de maquilhagem ou como guarda-joias, por exemplo. Sempre que houver a opção de refill para os nossos produtos, perfeito! É isso que devemos privilegiar.
Multifuncionalidade: o mesmo produto pode ter mais do que uma função. Um gel de duche pode ser um champô. Um condicionador pode ser uma máscara. Alguns óleos de rosto podem ser também aplicados no corpo ou no cabelo. Um batom pode ser usado como blush ou, até, como sombra de olhos.
Evitar produtos supérfluos: pensar antes de comprar é essencial. Ser sustentável é, acima de tudo, consumir com consciência, priorizar as nossas escolhas.
Utensílios reutilizáveis: preferir alternativas antidesperdício aos descartáveis, tais como cotonetes e discos ou toalhas de limpeza reutilizáveis.
E deixo-vos mais algumas dicas complementares: passar menos tempo no banho, reduzir a temperatura da água em 1 ou 2°C, fechar a torneira durante a lavagem; usar a água fria que cai quando abrimos a torneira para regar as plantas ou mesmo na sanita, dosear a quantidade correta de produto para o efeito, secar o cabelo com uma temperatura mais baixa ou deixar secar o cabelo naturalmente, sem um secador.
Por uma questão de coerência, os cosméticos refletem o nosso estilo de vida e até a nossa personalidade.
Duas noções essenciais quando falamos em sustentabilidade na cosmética: primeiro, comprar apenas os produtos que vamos usar e usá-los até ao fim, e segundo, acreditar que pequenos gestos fazem a diferença e que cada um de nós é muitíssimo importante para um planeta melhor.